Efeitos do horário de verão na saúde
Para algumas pessoas a mudança no horário traz quadros de mal-estar, dificuldade para dormir e alterações de humor
O médico afirma que, em condições normais, os diversos ritmos do nosso organismo, como o ciclo vigília-sono e o ritmo de temperatura, estão sincronizados. É o chamado relógio biológico ou relógio interior. Por isso, quando há uma mudança brusca de horário, o organismo tende a se reajustar. Como cada ritmo tem uma velocidade própria de equalização, a relação de fase entre eles é alterada com a mudança do horário. É a chamada desordem temporal interna, que pode ocasionar sintomas que podem perdurar poucos dias ou se prolongar por semanas, só terminando quando a ordem temporal interna é restabelecida.
Minucelli explica que o nosso relógio interior pode funcionar de maneira matutina ou vespertina, influenciando diretamente na adaptação ao horário de verão. As pessoas que acordam de manhã bem dispostas e dormem cedo, ou dormem muito pouco são chamadas de matutinas. Já as que têm dificuldade de acordar cedo e funcionam bem à noite são as vespertinas.
“Os matutinos são os que têm mais chances de sofrer com o novo horário, já que eles costumam dormir pouco diariamente e irão se privar ainda mais do sono”, diz . A diferença de perfis é ainda influenciada pela secreção de um hormônio, o cortisol, que dá a sensação de vivacidade. Segundo o especialista, ele demora mais para ser secretado nos vespertinos. Minucelli explica que, para acordar, não basta abrir os olhos. O cortisol, que prepara a pessoa para a vigília, demora mais para ser secretado nos vespertinos do que nos matutinos.
O médico também lembra que acordar com o dia ainda escuro afeta a secreção do hormônio melatonina, acionado pela falta de luz, alterando o metabolismo. Isso acontece porque os hormônios são regulados pelo ritmo do dia, pela claridade do sol e pela escuridão da noite. Com o horário de verão pode haver atraso nessa secreção, causando sonolência por alguns dias, o que pode ser perigoso para quem precisa estar alerta no trabalho.
No caso de idosos com problemas graves de saúde, a mudança no padrão do sono pode ainda aumentar a pressão arterial, mas isso acontece geralmente em casos extremos, de acordo com Minucelli.
fonte: http://saude.hagah.com.br/